domingo, 9 de junho de 2024

O Faroleiro

 


        


    Em uma certa noite de inverno, uma cidadezinha costeira se encanta sob a luz potente de seu grande farol, administrado por um velho e ranzinza faroleiro. Diferente dos outros moradores daquela cidadezinha, que se reuniam todas as noites para celebrar a vida e o farol, o velho ranzinza vivia recluso, compenetrado nos trabalhos que sua função como faroleiro exigia. Todavia, em um certo ponto da madrugada, o farol apresentou um defeito técnico e sua luz, que direcionava todos os navios para longe das rochas, é apagada. 

    O faroleiro e todos os moradores percebem a situação, afinal, o farol é um grande símbolo da cidade, motivo de muita alegria e confraternização. O velho ranzinza sobe até o farol, buscando uma maneira de realizar a manutenção, quando escuta ao longe a aproximação de um grande navio. O faroleiro tenta sem sucesso consertar o farol, e a situação se agrava quando ele quebra uma das peças por acidente. Vendo o navio cada vez mais próximo do grande paredão de rochas da costa, tal situação poderia ocasionar um terrível naufrágio. 

    O velho solitário se enche de esperança ao olhar para as luzes da cidade, acesas pelos vários moradores, vizinhos estes que ele sempre evitou se relacionar. Deixando o orgulho de lado por um bem maior, o faroleiro une forças com seus compatriotas e juntos, utilizando várias lamparinas, eles salvam o navio de se colidir contra as rochas. No fim, o faroleiro aprendeu a maior lição de todas, que a maior luz não era a do farol que ele trabalhava, mas da união e do amor compartilhado por todos os que sempre estiveram perto dele, celebrando a vida.


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