Quando se está perto do fim de qualquer coisa, é comum sentir medo, não medo pelo que virá depois que terminar, mas por achar que perderá tudo que já viveu, e é a partir dali que se começa o questionamento, se viverá novamente tudo aquilo outra vez. Sabe de uma coisa? O problema das pessoas é o orgulho, quando elas sofrem uma, duas, três vezes, acabam se trancando dentro de si mesmas e não se abrindo para mais ninguém, mesmo que não admitam que a pessoa possa já estar lá dentro. Tantos dias eu estive sonhando no mesmo lugar de sempre, vivendo por viver e me esqueci do mais importante, de me abrir, de mostrar quem eu sou por dentro e não o que minhas atitudes dizem que eu sou. Cada gesto que eu me imaginei fazendo, cada som que eu poderia ter produzido com a minha voz, poderia ter mostrado o quão longe se pode chegar em mim, mas não o fiz. O nevoeiro já passou, não há mais nada o que esconder, a luz deixou todas as coisas claras, até aquelas que eu escondia dentro de mim. Hoje eu estou onde devo estar, não é onde eu gostaria, mas ainda é onde eu preciso. Não vou negar você, não vou negar quem você é para mim, com você aqui eu sei para onde eu devo ir. Poderia te negar em milhares de maneiras diferentes, mas cansei de não admitir que você toca fundo, dentro de mim. Você vai estar sempre aqui, mesmo que outra pessoa também esteja e seja maior que você, de alguma maneira estranha que eu ainda não descobri. Até o último minuto ou segundo, até o último olhar ou adeus, até depois disso, você estará aqui, em meu coração...
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