Para aqueles que permanecem

 

Perdi muitos seguidores por conta dos meus posicionamentos este ano, alguns eram declaradamente "próximos" a mim. A questão é que algumas pessoas vão discordar de você e outras respeitarão sua forma de pensar. Mas a verdade é que ninguém é tão próximo de você até se deparar com uma parte sua que não convém a eles. É aí que os verdadeiramente próximos são encontrados. Este texto é para todos os que ficaram e para muitos que eu não imaginaria que ficariam, mas permaneceram. Continuarei defendendo aquilo que acredito e lutarei por isso, se tal atitude me fizer perder ou ganhar seguidores, não faz diferença atualmente. Seguirei como uma árvore plantada ao lado do rio da justiça e da verdade, insistindo, resistindo, mas nunca cedendo. Obrigado aos que ficaram e me apoiam, no mundo de hoje e atual cenário, isso é um luxo.

Espírito de Natal

 

        Hoje é natal, geralmente a época que eu mais espero o ano todo, mas esse é diferente de todos que eu já vivi, e infelizmente não é por um bom motivo. Esse ano não montei árvore, não me permitir transbordar pelo espírito do natal, os mais recentes acontecimentos no país me fizeram desanimar de comemorar a data com força total, o natal é (Ou era) para ser o apogeu da alegria e a paz na Terra. Entretanto, como eu posso comemorar ou me alegrar com tudo dando errado no meu país? Eu não deveria misturar natal com política, o próprio natal é atemporal, eterno e vivo, diferente de política e regimes que caem de tempos em tempos. Porém, é difícil ter qualquer tipo de paz ou esperança com tantos problemas ameaçando surgir no horizonte. Do natal desse ano, a única coisa que vingou foram as luzes, elas continuam espalhadas e iluminando a minha cidade, protegendo-a da escuridão, só que infelizmente essas luzes não são capazes de iluminar o país todo. O mês já está para acabar, e eu sinto que tempos difíceis estão vindo, não quero imaginar que esse natal seja o último dentro da normalidade que eu vá viver. Queria mais tempo, mais do natal, mais luzes e ser iluminado por elas só mais um pouco antes do ano acabar, e então, a escuridão e a tempestade no horizonte chegarem até aqui. Ainda tenho mais um dia, mais um momento dentro dessa atmosfera antes que ela se esvaia por completo. O espírito do natal ainda existe em mim, ele só morrerá quando eu partir desse mundo, mas eu não ouço mais os sinos, nem guizos ou anjos, não dá para ouvi-los em meio a tanto caos. 

Posso acreditar no futuro?

 

    Mais um ano se passou, esse foi tão rápido quanto todos os outros que o antecederam. É inacreditável quando paro para pensar em todas as coisas que vivenciei até aqui, com toda a certeza eu não sou mais aquele garoto sonhador e esperançoso que iniciou esse blog em 2010, muita coisa mudou, inclusive minha perspectiva de futuro. Antes eu sonhava com algo radiante, um destino gigantesco e importante, mas os anos foram me ensinando que a vida não é como nos filmes que cresci assistindo. Eu coloquei essa imagem para ilustrar exatamente para vocês a forma real dos meus pensamentos em relação ao amanhã. Uma estrada escura, sem sinalizações ou qualquer auxílio de iluminação, apenas as marcações na estrada, me direcionando para frente, sem saber o que de fato me aguarda para onde estou indo. Quanto mais eu tento sondar o futuro na minha mente, mais tenho medo e mais sinto falta do passado. Não das pessoas que estão lá, nem das coisas que vivi com elas, mas dos aromas da juventude, da facilidade como os problemas eram resolvidos e de como eu parecia mais confiante do que agora. Eu peço a Deus que essa imagem seja passageira, que toda essa estrada escura seja iluminada por um horizonte radiante e esperançoso, pois é isso que eu preciso agora, um norte, um objetivo, esperança! 

O tempo não volta para trás

 

    É engraçada a maneira como enxergamos a vida e o próprio tempo quando envelhecemos. Quando somos jovens, nos preocupamos apenas com o que sentimos, quando crescemos, o tempo pesa ainda mais e as emoções não são mais as únicas coisas que necessitam da nossa atenção. Acho que por conta disso, eu sinta tanta falta de ser mais jovem, daquela rebeldia desenfreada, da coragem inabalável e da imensa vontade de fazer loucuras. Mesmo que exista saudade, hoje em dia eu calculo meus passos, minhas atitudes, minhas palavras, talvez o meu "eu" presente finalmente consiga entender meus pais na época da minha adolescência. Será que essa "ciência" adquirida com o tempo, seja a tal sabedoria e maturidade que minha mãe tanto usava para me aconselhar em relação aos meus anseios de juventude? Pois é, posso concordar com Jor El agora, "O filho se torna o pai, e o pai se torna o filho". O que eu concluo com essas questões, é que os dias de ações inconsequentes ficaram para trás e não voltam mais, assim como o tempo leva o calor da juventude, ele só segue em frente e não espera ninguém, só vai embora. Gabe estava certo, tudo que sobra são lembranças, mas se elas existem, isso é um bom sinal, de que eu vivi o que precisava viver, no tempo certo para que essas coisas acontecessem.