Eu sempre gostei de começar todos os textos que escrevo, com uma introdução resumida das coisas que acontecem comigo, me referindo superficialmente aos fatos para não entregar nada e nem nomes. Embora, às vezes, essa tarefa se torne quase impossível, é muito complicado não contar tudo, quando é o que você mais precisa fazer, para se livrar das coisas guardadas dentro da sua cabeça. Já é ano novo, um capítulo recém lançado na minha vida, e como tudo que é novo me faz refletir, eu sempre me pego olhando para trás.
Esse meu lado nostálgico não me deixa, não me larga e eu desisti de lutar contra ele. Passei a utilizá-lo para me ajudar a tomar decisões, e é sobre isso que quero falar nesse texto. Eu não sei se estou certo, aliás, nunca soube, ao tomar tais decisões, inevitavelmente somos colocados a questionar nossa sanidade ou maturidade. Eu estou desistindo de alguém, ela é linda, tem olhos claros (Carma não é?) e é incrivelmente doce, mesmo assim quero deixá-la para trás.
Talvez meus motivos sejam supérfluos, quem sabe minhas razões estejam equivocadas, vai saber. Mas de uma coisa eu sei, com o passar dos anos, desde 2016, eu digo "adeus" com mais facilidade, e isso me dá medo. Não sou mais aquele cara que escrevia textos para o Doce Novembro, desde o incidente, não voltei a ser mais eu, não sei se aquela pessoa me fez esquecer quem eu era, ou se me ensinou a ser outra pessoa, alguém pior. Por isso estou deixando essa novidade pra trás, não quero transformá-la em uma nova desculpa para as minhas futuras transformações.
Quanto mais o tempo passa, mais medo do novo eu tenho e com mais saudade do passado eu fico. O que me alivia, é saber que deixando-a, estarei dando brecha para ela ser mais feliz ainda, mesmo que doa agora e ela não entenda. Espero que algum dia compreenda, que essa decisão horrível tomada por mim, foi pela razão certa, ela só não viu isso ainda!