terça-feira, 27 de novembro de 2018

Você e Meu Mundo Quadrado



Já está no final do mês e a essa altura ela deve estar imaginando mil coisas penso eu, embora eu não tenha o dom de ler mentes, arrisco a dar palpites. Nesse período, que era para ter sido o mês em que me afastaria dela, foi o mês no qual fiquei muito mais perto.  Mesmo me distanciando, as pessoas te traziam pra perto, isso de certa forma me irrita às vezes. É tão chato brigar contigo ou evitar pensar em você, e alguém logo em seguida pergunta sobre a gente, parece quase inevitável essa associação, as pessoas aprenderam desse jeito e eu não as culpo. 
O que você tem que entender é que eu não sou normal e nunca serei, fui criado como um bicho preso e sozinho no meu mundo quadrado, nas minhas paredes brancas, por isso é de se estranhar que eu prefira meu quarto a você, minha família e amigos, o que em certas ocasiões é o caso, como era um mês atrás. 
Mas creio eu que tudo nessa vida é questão de costume, de dedicação, de se entregar, e mesmo eu preferindo meu quarto branco durante todos esses dias, você me fez falta. Nós dois sabemos que eu detesto escrever clichês, todavia eles se encaixam perfeitamente nas situações, essa carta é um clichê, o clichê de alguém que faz coisas estranhas, falando de outra pessoa e o quanto essa ela é importante, mesmo do jeito torto dela. 
VIU? Clichê puro, mas necessário. “QUE DROGA”, estou no meu quarto agora escrevendo sobre você e isso me cansa, você me deixa exausto, tem dias que só o teu nome pesa minha cabeça. 
Mas ficar longe também pesa minha cabeça com preocupações, parece até meu dever ficar preocupado com você, se está precisando, se sua família anda bem. Enfim, é uma droga, certos dias eu só tento evitar não te matar e outros eu apenas ando de moto por aí para tentar ocupar minha mente com outras coisas que não sejam você. E existem muitas outras coisas que não te digo por que não é necessário que sejam ditas, apenas vividas. Pode ser que com essa minha meta de não cometer os mesmos erros do passado com você, eu acabei errando do mesmo jeito e continuarei errando com você como sempre digo.

Mas você conseguiu tirar a parte mais egoísta em mim, aquela parte orgulhosa que não dá o braço a torcer. Posso afirmar com toda certeza que o Gabriel de hoje não é nada comparado ao de antes em relação a orgulho. 
Talvez eu fique louco um dia e com certeza vou ficar, mas até lá eu quero estar contigo, quero poder casar contigo (Não estou dizendo que irei, estou revendo isso ainda, porque nesse momento estou pensando que poderia te matar na segunda semana do sexto mês de casamento, de tanta raiva que você provavelmente me fará passar).

Eu aprendi a te amar do meu jeito, você não o entende ainda e eu não te julgo por isso, nem minha mãe ou meu pai entendem o jeito que amo eles. 
São coisas que você não vê, mas que acontecem, elas estão lá, só por que seus olhos não enxergam não quer dizer que não existam. Só porque eu não digo “meu amor” não quer dizer que você não seja importante pra mim. Vai parecer estranho isso que eu vou dizer agora, mas até nos meus erros eu mostro que te amo, amo porque eu erro tentando encontrar maneiras de acertar com você.