quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

É amor, não ficção


Uma vez ou outra na vida, você vai acabar se deparando com diversas histórias de amor, algumas tão belas e contadas de uma maneira tão bonita, que mais parecem roteiros, revisados inúmeras vezes para chegar à perfeição, mas na realidade a coisa segue outra vertente. O amor não é o sentimento mais perfeito ou menos confuso do mundo, pelo contrário, ele vigora na lista das maiores dores de cabeça da humanidade, porém, ele também não está isento de ser encontrado na lista de bens mais necessários para a vida humana. Entretanto, não se engane com o 'dito cujo amor' dos dias de hoje, é muito fácil dizer 'eu te amo' e mais fácil ainda descobrir que essas palavras não são nada além disso. Talvez, as pessoas não o encontrem ou não conseguem preservá-lo por sempre procurarem a perfeição nele ou a beleza platônica que o sentimento traz. O fato é que, atualmente, no mundo em que vivemos, só dá para saber que o amor não é uma ficção e nem uma mentira, quando mesmo depois de inúmeras brigas, discussões, oportunidades de esquecer, entre outros aspectos, ele continuar vivo e forte. Quem sabe, o amor no fim das contas seja isso, uma forma de nos ensinar a persistir no que é verdadeiramente importante para nós, mesmo que doa. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Sobre nós (Cap.6) - Encontro



AVISO: Esse é o começo de uma história que estou escrevendo aos poucos, não é uma história de amor como a dos filmes, é diferente, diferente no quesito de ser sobre ela... Essa história é para você e por você, mas não é só sobre você, é sobre mim, sobre nós, sobre todas as coisas que vieram antes e as que ficaram depois. Tudo que foi importante está aqui, e se está aqui é porquê ainda é, tudo. Mas, tudo que posso dar são deslumbres de um sentimento e a verdade, de inicio a verdade será o suficiente. Mas quando o fim chegar e ele sempre chega, talvez iremos querer mais que a verdade. Se você está aqui procurando uma história linda de contos de fadas, não achará, mas verá um amor sincero, não perfeito.


2011 - Eu não posso viver sem o seu amor

Orgulho é um sentimento tão forte, que pode acabar te salvando ou te destruindo, no meu caso, ele já fez as duas coisas. Acredite em mim, já estive encurralado por ele e impedido de continuar em frente, tendo que optar em seguir meu coração ou manter meu orgulho inabalável, mas isso é uma história que contarei mais para frente. Infelizmente, tanto a Bia quanto eu, éramos essencialmente orgulhosos por natureza, pelo menos eu achava naquela época. 

Demorou muito para que pudéssemos conversar de novo, até que esse dia chegasse, trocávamos olhares farpados e rudes quando volta e meia eu a encontrava nas ruas. Quem via a gente jamais pensaria que algo poderia acontecer, quando por algum acaso ela ficou online certo dia no meu MSN. Logo, comuniquei aos meus amigos sobre isso, pois há muito tempo não a via online, mesmo sabendo que para os meus amigos ela estava. Isso quer dizer que a danada havia bloqueado e por alguma razão não tinha motivos para me manter fora dos contatos dela. 

Eu sou desconfiado desde sempre, eu não ganho ou recebo nada sem antes questionar, como diria um grande rapper brasileiro "quando a esmola é demais, o santo desconfia, essa mina deve tá com algum problema". Eu não sei por quê, mais uma imensa vontade de conversar com ela se impregnou em mim, queria entender o motivo por estar novamente ativo aos contatos dela, que ela me queria mais próximo eu não sabia, mas não podia deixar essa passar.

Meu pai sempre me disse que não tem como saber se algo dará certo se você não tentar realmente, e isso sempre me acompanhou durante toda prova ou obstáculo que enfrentei ao longo da minha vida. Eu não sei quando, mas em certo momento consegui reunir a coragem necessária para ir falar com ela.
- Oi 
- Oi Daniel
- Como vai Bia? - sendo completamente e estranhamente cordial com ela.
- Vou indo e você? 
- Vou bem, o que houve? - Aquele "Vou indo" dela foi a deixa que eu precisava para estender a conversa.
- Ah, não é nada demais.
- Claro que é - Se tem uma coisa que eu sou é insistente quanto a descobrir coisas.
- Não é nada, sério mesmo, só estou cansada.
- Entendo, bom, eu te vi online e fiquei com vontade de conversar com você e propor algo, mas pelo visto não está com ânimo para conversar - Tentando desesperadamente fisgar a atenção dela. 
- Pode falar, não estou tão cansada assim.
- Queria te encontrar, conversar pessoalmente, podemos? 
- Sim, podemos sim :) 
- Hmmmm, quando você pode? - Nem eu estava acreditando no que meus olhos estavam lendo.
- Se for depois do Colégio, tranquilo, podia vir me encontrar depois que eu saísse.
- Pode ser na segunda-feira?  
- É até melhor, mais tranquilo.
- Combinado então...


Como eu faria cara? Ela estudava no colégio fora do bairro e para chegar até ela eu teria que pegar dois ônibus, mas essa não foi a parte mais difícil. Eu e ela estudávamos no turno matinal, mesmo que eu conseguisse chegar até lá, seria atrasado em decorrência do horário que saía do meu colégio. Acredite ou não, eu queria tanto essa garota na época que acabei desabafando para os meus pais e eles me ajudaram, escrevendo uma permissão para que eu saísse mais cedo e conseguisse chegar lá antes dela sair. 

Parece até história de comédia romântica, mas deu certo. Tudo estava saindo como planejado e até consegui pegar os ônibus no horário estipulado. Chegando lá, 5 minutos antes do combinado, o coração já não era o mesmo que estava batendo ao sair do meu bairro, algo estava diferente, uma sensação estranha e inédita. Eu sabia que queria muito aquilo, mas meu peito e minha mente diziam mais, me entregavam até, parecia mais descontrolados e em certo momento, acreditei que tinham vontade própria. Talvez fosse pelo seu orgulho tão igual ao meu, por tudo que antecedeu esse momento que estava para chegar, nós brigamos e nos reencontramos várias vezes, talvez ela fosse a garota certa no momento errado ou eu era o cara errado para ela na ocasião errada, jamais saberemos. 

Depois que aqueles 5 minutos de antecedência acabaram, dezenas de alunos saíram pelo portão laranja do colégio e se dispersaram pela praça à frente do prédio. Meus olhos mergulharam adentro daquela multidão de pessoas atrás do brilho de um olhar específico entre vários outros. Após procurar por alguns segundos, lá estava ela, cabelos castanhos claros, pele branca e sorriso de menina, parecia um anjo em forma humana sem parecer clichê. Eu não sei o que deu em mim, mas de inicio, só fiquei parado a uma certa distância olhando para ela rodeada pelas amigas, sorrindo e com isso, contraindo os olhos, como se os fechasse parcialmente. 

Tudo nela me encantou e sem querer dar pinta de roteiro, ali mesmo, naquela praça e manhã de segunda-feira, eu me apaixonei pela Bia, foi então que dei alguns passos até ela e estes mudariam minha vida para sempre. Eu acenei de longe e ela acenou de volta, cumprimentou as amigas e se dirigiu até mim lentamente. Ela veio sem pressa, dando a impressão de que podia ler minha mente e já sabia tudo que eu pudesse pensar, parecia saber que não precisava correr com nada, cada segundo daquele momento tinha que ser aproveitado e tudo que eu pedia era para que o tempo parasse.

-Oi, que bom que você veio - disse ela
-Ei, sou pessoa de palavra, se combinei, viria com certeza- disse eu, sem saber o que pensar ou falar, apenas olhar para ela já bastava.
-Vamos sair daqui da praça, vamos caminhar para lá, tem uns bancos e sombra, podemos conversar lá.
-Claro, acho melhor também - disse eu ainda não acreditando no que ela me sugeriu. 

Andamos até um lugar suficientemente afastado da multidão, para que pudêssemos conversar e esclarecer o porquê a pressa dos dois lados para se encontrar. Sentamos, trocamos a mesma proza padrão de adolescente sobre colégio, provas e preocupações juvenis corriqueiras. Até essas conversas chatas que sempre me entediam, desta vez eram suportáveis e até interessantes, com ela até o ruim era agradável e eu estava curtindo muito tudo aquilo. 

-Bia, eu preciso falar uma coisa para você - comecei a puxar o assunto mais delicado.
-Diga, à vontade. 
-Não sei como explicar isso, mas desde a primeira vez que a gente conversou, e mesmo que não tenha sido agradável, muitas coisas mudaram de lá para cá. Eu não sei dizer a você, mas antes de você tudo era uma ideia e agora, depois de ver você ali, parada e sorrindo para suas amigas, mesmo que pareça presunçoso, as coisas começaram a fazer sentido. 
-Hmm, olha Dan, nem sei o que dizer.
-Não precisa dizer, contanto que eu possa continuar olhando para você.
-Para ser sincera, eu também andei pensando um pouco em você.
-Um pouco? Ora, podia pelo menos ser médio né? - disse eu tentando quebrar a seriedade daquela situação.
-Hahahaha, bobo você hein? Mas esse pouco já tem tomado meu tempo demais e preciso resolver essa situação, quero que me ajude a resolver isso, só não sei como. 
-Eu sei, só tem um jeito de resolver isso. 
-Como? - Disse ela e essa era a pergunta que eu esperava. 

Me aproximei bem perto do rosto dela, acariciei sua bochecha e depois de olhar com calma aqueles olhos pequenos exaltados pela pele branca de menina, eu respondi: Ficando mais perto de mim!. Naquele instante, cheguei ainda mais perto dos lábios vermelho morango dela e nos beijamos, parecia que o tempo tinha mesmo parado, só para que nós dois tivéssemos a chance de não perder aquele momento, que se eternizaria para sempre. Mas o "para sempre" não é tão duradouro quanto gostaríamos que fosse, e logo isso seria comprovado por nós dois.

CONTINUA...



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Não é tarde


Sabe, na minha infância, eu costumava imaginar como seria o dia em que eu beijaria uma garota pela primeira vez, e como qualquer inexperiente no assunto, vivia morrendo de medo em que esse dia chegaria. Mas, quando se é jovem, sempre achamos que tudo será o fim do mundo se der errado, que toda falha ou erro cometido é motivo para desistir, e isso é o que mais tem acontecido atualmente. Eu pensei que ao crescer, tais problemas pareceriam menores, embora tenha sido o contrário. Agora, eles parecem até bem maiores e hoje, até aquilo que mais amamos pode acabar se não cuidarmos bem. Vivemos em um tempo onde o amor é reciclável e o sacrifício e dedicação não são mais reconhecidos. Entretanto, se alguns problemas continuam os mesmos apesar de termos crescido, a mesma força e esperança de dias melhores que mantínhamos vivas quando crianças, também podem ter sobrevivido ao tempo. A questão é: As pessoas precisam de amor ou tem apenas que enxergar o que está bem diante delas? Mesmo não sabendo a resposta, sei que ainda não é tarde para tentar de novo se eu errar outra vez.